sábado, 7 de janeiro de 2012

PRESENÇA - Poema de Maria Esther Maciel


PRESENÇA
(a Altino Caixeta de Castro) 


Não vim para ficar:
não sou senão minha possibilidade de volta
minha indizível presença
que se resvala
no espanto de ser

Vim 
provisoriamente
desafiar o século
anistiar meu susto
traduzir no tempo
este absurdo de nós

Não cheguei tarde
porque tarde é para os incrédulos
e os fantasmas que não se vingaram em vida

E porque nem tudo está falado:
o mundo ainda é uma esfinge
que devora os mudos
e os simplesmente chegados.


*¨*

No poema Presença, encontrei um novo significado do que é viver, que é simplesmente estar presente. Superar dificuldades, lutar em adversidades, desvendar o mistério do mundo, como a enigmática esfinge. Isto tudo porque estamos só de passagem, a vida é muito curta para estarmos ausentes, a eternidade é bem maior. Nela, estaremos presentes talvez apenas  na memória de alguns poucos conhecidos.

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