PRESENÇA
(a Altino Caixeta de Castro)
Não vim para ficar:
não sou senão minha possibilidade de volta
minha indizível presença
que se resvala
no espanto de ser
Vim
provisoriamente
desafiar o século
anistiar meu susto
traduzir no tempo
este absurdo de nós
Não cheguei tarde
porque tarde é para os incrédulos
e os fantasmas que não se vingaram em vida
E porque nem tudo está falado:
o mundo ainda é uma esfinge
que devora os mudos
e os simplesmente chegados.
*¨*
No poema Presença, encontrei um novo significado do que é viver, que é simplesmente estar presente. Superar dificuldades, lutar em adversidades, desvendar o mistério do mundo, como a enigmática esfinge. Isto tudo porque estamos só de passagem, a vida é muito curta para estarmos ausentes, a eternidade é bem maior. Nela, estaremos presentes talvez apenas na memória de alguns poucos conhecidos.
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